A espera do visto no Brasil é extremamente longa atualmente. Em Porto Alegre, por exemplo, a fila chega a quase 200 dias.
Esse número, na verdade, representa uma melhora, pois recentemente ele era ainda maior. Em 2022, a espera na capital do Rio Grande do Sul era de 1 ano.
Porém, o governo americano prevê acelerar ainda mais o processo no próximo ano, facilitando a vida de muitos brasileiros.
Em entrevista para a Folha, Julie Stufft, secretária-assistente do setor de vistos do Departamento de Estado americano, diz “Eu acho que ainda podemos reduzir mais, para que pedidos feitos por brasileiros em qualquer lugar que tenhamos um consulado tenham um tempo de espera de menos de cem dias. Esse com certeza é nosso objetivo”.
Vale ressaltar que as longas filas de espera são para quem nunca realizou o procedimento antes e está solicitando o visto de turismo e negócios. Enquanto pessoas buscando esse documento em São Paulo precisam esperar 141 dias, solicitantes da autorização de estudante precisam de apenas 3.
O mesmo vale para quem está isento de entrevista, diminuindo o intervalo para 1 dia em todos os casos. Outras cidades, como Porto Alegre e Rio de Janeiro, também contam com um tempo de espera muito curto nessa situação.
As longas filas criaram um mercado informal de agendamentos. Eles têm o objetivo de acelerar o processo, mas acaba piorando o problema.
Sobre isso, Stufft diz “É muito difícil porque, legalmente falando, qualquer um pode agendar uma entrevista se tiver um formulário de pedido de visto. Mas nós estamos tentando evitar isso, que chamamos de ‘serviços de visto’”.
A espera também é causada por um aumento na quantidade de pedidos de visto americano. No Brasil, entre outubro de 2022 a outubro de 2023, houve um aumento de 55% nas solicitações em comparação ao ano anterior.
Foram 1 milhão de vistos de turismo e negócios emitidos, o que representa um número recorde.
Stufft afirma que o Brasil é um caso de sucesso para o seu departamento. Isso, inclusive, é o que motiva ações como fazer o Consulado de São Paulo atender em finais de semana também.
No total, foram emitidos 10,4 milhões de vistos americanos neste ano, 2 milhões a mais do que foi registrado em 2019. Sua maioria, 8 milhões, foram documentos de turismo e negócios. Enquanto isso, 600 mil foram autorizações para estudantes.
Quando questionada sobre iniciativas para diminuir o tempo de espera no país, ela disse que está acompanhando a situação no Brasil de perto. O objetivo é fazer com que esse período diminua ainda mais. Os líderes da seção consular estão em Washington para consultas sobre o assunto.
Há dois programas em teste para acelerar o processo. O primeiro é permitir que pessoas que já moram nos EUA possam renovar ou solicitar um novo visto sem precisar voltar à sua nação de origem.
Primeiramente, serão priorizadas pessoas com o documento mais perto da data de vencimento. Infelizmente, brasileiros estão fora da lista, mas há interesse em atender mais nacionalidades.
Outra iniciativa é o uso de vistos eletrônicos. Já foram feitos testes em Dublin com documentos de longa permanência, mas Stufft não comentou sobre resultados ou dados do caso.
A implementação do aplicativo deve demorar 18 meses. O objetivo é que ele seja o bastante para demonstrar a posse do documento.
Muitos países já utilizam esse tipo de visto ou estão no processo de implementá-lo, como é o caso do ETIAS. Essa plataforma digital visa aumentar a segurança no Espaço Schengen e tem a previsão de lançamento para maio de 2025.
Essa iniciativa também não tem datas para acesso aos brasileiros, mas podemos afirmar que há interesse de nos incluir.
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